domingo, 8 de fevereiro de 2015

Minhas experiências em avaliação

Aqui onde conto sobre algumas de minhas experiencias em Avaliações passadas.


Como todos sabemos é de grande importância a avaliação em nossas vidas, para tudo ela é necessária, por exemplo, para investir em algo, devemos avaliar os riscos, para se namorar devemos avaliar as vantagens e desvantagens, para escolher um caminho, e assim por diante. Durante todos nossos momentos na escola, desde a educação infantil até a universidade somos avaliados em todos os momentos, em provas, trabalhos individuais, seminários, etc.
Desde cedo me recordo como eram as avaliações, lembro do tempo da educação infantil, ou também conhecido pré I e pré II, nessa época tinha por volta de meus 4 a 5 anos. No pré I não havia uma avaliação marcada, ou seja, prova ou trabalho, a avaliação era feita constantemente, e nem tão pouco reprovação, era lá que teríamos que começar a conhecer as letras, os números, nada além disso, sem contar as brincadeiras, pinturas que fazíamos, tudo isso com o propósito de desenvolver nossas habilidades motoras e sociais. Me lembro como se fosse hoje, que tinha uma cartilha do abc, onde tinha as letrinhas e a “Tia” ficava vendo se eu estava cobrindo a letrinha do jeito certo, e também ajudava para que eu fizesse a letra sozinho, era mágico, eu ficava muito feliz quando ela me incentivava dizendo que estava fazendo certo, e sempre dizia também que eu poderia melhorar se eu ficasse sempre fazendo, e também começávamos a saber os nomes das letras.
No pré II, basicamente era a mesma coisa do pré I, só que já começava-se a copiar palavras, e alguns textos pequenos que eram escritos na lousa, a “Tia” sempre de lado verificando se estávamos conseguindo fazer, e se não, ela pagava na mão e ajudava a copiar. E também começávamos a ler silabas e palavras. A avaliação era isso, apenas verificações do nosso progresso, era uma avaliação que buscava desenvolver em nós (alunos) essas práticas, visava a aprendizagem, e não a classificação, pois não havia recuperação e nem reprovação.
Depois disso, com meus 6 anos ingressei no ensino fundamental I, que compreende o período entre 1° e 4° serie ou como conhecemos hoje 2° a 5° ano, foi onde mudou completamente a maneira de avaliar. Na 1° serie a avaliação já contava com provas, testes e atividades pontuadas, e já havia a recuperação, pra mim foi um pouco impactante, já que vim de uma outra realidade, e agora estava em um lugar onde a avaliação se dava pela nota, ou seja, era classificatória fazendo clara separação entre aqueles que tem boas notas e notas ruins. Não me recordo da professora, mas me lembro que uma só professora ensinava todas as matérias, ela de certa forma se importava se estávamos ou não aprendendo sempre procurando mudar a maneira de ensinar para que aprendêssemos, aos que conseguiam eram aprovados e aos que não havia uma recuperação, onde na maioria das vezes o aluno conseguia chegar a nota mínima para passar, já aos que não conseguiam através da recuperação, iriam fazer prova final para se recuperar, e mesmo que depois disso tudo não conseguissem atingir a nota mínima necessária eram reprovados, infelizmente isso acontecia algumas vezes, e por isso tinha colegas meus que deixavam de ir à escola. Essa maneira de avaliar tendo em conta a nota obtida se deu pelos anos que se sucederam no ensino fundamental, mudavam-se as professoras, mas as práticas eram as mesmas. Algumas mudanças que aconteceram foram o surgimento dos trabalhos para entregar em grupo, mas é claro, sempre visando a nota obtida para a aprovação.
Logo após isso, no ensino fundamental II que corresponde a 5° a 8° serie ou 6° a 9° ano, eu já tinha entre 10 e 13 anos, foi uma mudança também bem impactante, aqui tinha cerca de 8 disciplinas, cada uma ministrada por um professor diferente, algo completamente novo pra mim, quanto as práticas pedagógicas não houve uma mudança significativa, apenas o surgimento dos seminários, enfim, continuávamos com a prática da avaliação que valorizava não o aprendizado obtido mas sim a nota, disso eu não posso reclamar muito, eu me dava super bem nesse tipo de avaliação. A avaliação era mais tradicional, onde raras eram as exceções dos professores que pediam nossa participação em aula, geralmente ficávamos calados só escutando o que o professor falava e copiando o que ele copiava, era o que bastava para se tirar uma nota boa e “passar” de ano. Havia o professor que fazia somente provas, aquele que tirava nota de nenhum lugar, o que gostava de apresentações de seminários e aqueles que davam nota por comportamento, aqueles que eram amigões e os que eram durões e ranzinzas, mas todos, sem exceção avaliavam a partir da nota, e como no fundamental I aqueles que não conseguissem ficar entre os que obtiveram notas mínimas para passar iriam para recuperação e prova final, na tentativa de recuperar a nota.
Já no ensino médio 1° e 3° ano, entre 14 e 16 anos, eu já tinha um conhecimento sobre a escola qual frequentava e sobre a maioria dos professores, e de como eram as práticas pedagógicas, pois havia estudado na mesma escola no ensino fundamental II, foram poucas diferenças, aqui como anteriormente, as avaliações visavam as notas, mas também aqui começaram as práticas relacionadas ao vestibular, onde eram feitos simulados de todas as disciplinas, algumas provas eram no modelo de simulados também, nos simulados de todas as matérias geralmente não valiam uma nota, mas para quem o fizesse ganharia pontos em todas as disciplinas, de certa forma foi bastante válido para a preparação do vestibular, porém era o com o que mais se preocupava e a aprendizagem ficava um pouco de lado, não havia o interesse da maioria dos professores em saber se tínhamos dificuldades ou não, eles apenas davam os assuntos, faziam as provas e cabia a nós aprender sozinhos, sem nenhuma intervenção, a não ser uma recuperação e uma prova final caso não chegássemos a nota mínima necessária.
Agora na universidade, vejo que também não é muito diferente do que já vivi em toda minha vida estudantil, que grande parte dos professores que tive desde o 1° período na universidade até atualmente (7° período), partem do pressuposto que a avaliação se dá apenas pela atribuição de notas, e não para contribuir com a aprendizagem do aluno. Dentre os que fogem dessa maioria, posso destacar o professor Joseval, que realmente busca o aprendizado, pois quando fazemos o trabalho que não ficou de acordo com o que foi pedido, ele será corrigido e entregue a nós para que possamos refaze-lo de uma maneira adequada, e com isso aprendemos a fazer a partir do feedback.

Portanto a avaliação que se fez presente durante toda minha vida estudantil no meu caso foi a avaliação que busca a nota e a classificação foi a mais praticada, salvo exceções como no ensino infantil (pré I e pré II), e com o professor Joseval agora na universidade. A partir de todas as experiências que vivi durante minha vida, afirmo que a avaliação é sempre necessária, mas não da maneira como ela é vista hoje em dia.

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