Como
todos sabemos é de grande importância a avaliação em nossas vidas, para tudo
ela é necessária, por exemplo, para investir em algo, devemos avaliar os
riscos, para se namorar devemos avaliar as vantagens e desvantagens, para escolher
um caminho, e assim por diante. Durante todos nossos momentos na escola, desde
a educação infantil até a universidade somos avaliados em todos os momentos, em
provas, trabalhos individuais, seminários, etc.
Desde
cedo me recordo como eram as avaliações, lembro do tempo da educação infantil,
ou também conhecido pré I e pré II, nessa época tinha por volta de meus 4 a 5
anos. No pré I não havia uma avaliação marcada, ou seja, prova ou trabalho, a
avaliação era feita constantemente, e nem tão pouco reprovação, era lá que
teríamos que começar a conhecer as letras, os números, nada além disso, sem
contar as brincadeiras, pinturas que fazíamos, tudo isso com o propósito de
desenvolver nossas habilidades motoras e sociais. Me lembro como se fosse hoje,
que tinha uma cartilha do abc, onde tinha as letrinhas e a “Tia” ficava vendo
se eu estava cobrindo a letrinha do jeito certo, e também ajudava para que eu
fizesse a letra sozinho, era mágico, eu ficava muito feliz quando ela me
incentivava dizendo que estava fazendo certo, e sempre dizia também que eu
poderia melhorar se eu ficasse sempre fazendo, e também começávamos a saber os
nomes das letras.
No
pré II, basicamente era a mesma coisa do pré I, só que já começava-se a copiar
palavras, e alguns textos pequenos que eram escritos na lousa, a “Tia” sempre
de lado verificando se estávamos conseguindo fazer, e se não, ela pagava na mão
e ajudava a copiar. E também começávamos a ler silabas e palavras. A avaliação
era isso, apenas verificações do nosso progresso, era uma avaliação que buscava
desenvolver em nós (alunos) essas práticas, visava a aprendizagem, e não a
classificação, pois não havia recuperação e nem reprovação.
Depois
disso, com meus 6 anos ingressei no ensino fundamental I, que compreende o
período entre 1° e 4° serie ou como conhecemos hoje 2° a 5° ano, foi onde mudou
completamente a maneira de avaliar. Na 1° serie a avaliação já contava com
provas, testes e atividades pontuadas, e já havia a recuperação, pra mim foi um
pouco impactante, já que vim de uma outra realidade, e agora estava em um lugar
onde a avaliação se dava pela nota, ou seja, era classificatória fazendo clara
separação entre aqueles que tem boas notas e notas ruins. Não me recordo da
professora, mas me lembro que uma só professora ensinava todas as matérias, ela
de certa forma se importava se estávamos ou não aprendendo sempre procurando
mudar a maneira de ensinar para que aprendêssemos, aos que conseguiam eram
aprovados e aos que não havia uma recuperação, onde na maioria das vezes o
aluno conseguia chegar a nota mínima para passar, já aos que não conseguiam
através da recuperação, iriam fazer prova final para se recuperar, e mesmo que
depois disso tudo não conseguissem atingir a nota mínima necessária eram
reprovados, infelizmente isso acontecia algumas vezes, e por isso tinha colegas
meus que deixavam de ir à escola. Essa maneira de avaliar tendo em conta a nota
obtida se deu pelos anos que se sucederam no ensino fundamental, mudavam-se as
professoras, mas as práticas eram as mesmas. Algumas mudanças que aconteceram
foram o surgimento dos trabalhos para entregar em grupo, mas é claro, sempre
visando a nota obtida para a aprovação.
Logo
após isso, no ensino fundamental II que corresponde a 5° a 8° serie ou 6° a 9°
ano, eu já tinha entre 10 e 13 anos, foi uma mudança também bem impactante,
aqui tinha cerca de 8 disciplinas, cada uma ministrada por um professor
diferente, algo completamente novo pra mim, quanto as práticas pedagógicas não
houve uma mudança significativa, apenas o surgimento dos seminários, enfim,
continuávamos com a prática da avaliação que valorizava não o aprendizado
obtido mas sim a nota, disso eu não posso reclamar muito, eu me dava super bem
nesse tipo de avaliação. A avaliação era mais tradicional, onde raras eram as
exceções dos professores que pediam nossa participação em aula, geralmente
ficávamos calados só escutando o que o professor falava e copiando o que ele
copiava, era o que bastava para se tirar uma nota boa e “passar” de ano. Havia
o professor que fazia somente provas, aquele que tirava nota de nenhum lugar, o
que gostava de apresentações de seminários e aqueles que davam nota por comportamento,
aqueles que eram amigões e os que eram durões e ranzinzas, mas todos, sem
exceção avaliavam a partir da nota, e como no fundamental I aqueles que não
conseguissem ficar entre os que obtiveram notas mínimas para passar iriam para
recuperação e prova final, na tentativa de recuperar a nota.
Já
no ensino médio 1° e 3° ano, entre 14 e 16 anos, eu já tinha um conhecimento
sobre a escola qual frequentava e sobre a maioria dos professores, e de como
eram as práticas pedagógicas, pois havia estudado na mesma escola no ensino
fundamental II, foram poucas diferenças, aqui como anteriormente, as avaliações
visavam as notas, mas também aqui começaram as práticas relacionadas ao
vestibular, onde eram feitos simulados de todas as disciplinas, algumas provas
eram no modelo de simulados também, nos simulados de todas as matérias
geralmente não valiam uma nota, mas para quem o fizesse ganharia pontos em
todas as disciplinas, de certa forma foi bastante válido para a preparação do
vestibular, porém era o com o que mais se preocupava e a aprendizagem ficava um
pouco de lado, não havia o interesse da maioria dos professores em saber se tínhamos
dificuldades ou não, eles apenas davam os assuntos, faziam as provas e cabia a
nós aprender sozinhos, sem nenhuma intervenção, a não ser uma recuperação e uma
prova final caso não chegássemos a nota mínima necessária.
Agora
na universidade, vejo que também não é muito diferente do que já vivi em toda
minha vida estudantil, que grande parte dos professores que tive desde o 1°
período na universidade até atualmente (7° período), partem do pressuposto que
a avaliação se dá apenas pela atribuição de notas, e não para contribuir com a
aprendizagem do aluno. Dentre os que fogem dessa maioria, posso destacar o
professor Joseval, que realmente busca o aprendizado, pois quando fazemos o
trabalho que não ficou de acordo com o que foi pedido, ele será corrigido e
entregue a nós para que possamos refaze-lo de uma maneira adequada, e com isso
aprendemos a fazer a partir do feedback.
Portanto
a avaliação que se fez presente durante toda minha vida estudantil no meu caso foi
a avaliação que busca a nota e a classificação foi a mais praticada, salvo
exceções como no ensino infantil (pré I e pré II), e com o professor Joseval
agora na universidade. A partir de todas as experiências que vivi durante minha
vida, afirmo que a avaliação é sempre necessária, mas não da maneira como ela é
vista hoje em dia.
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